sábado, 15 de agosto de 2020

Máscaras em tempo de pandemia: o olhar, o ouvir e a ação

 


“#Fiqueemcasa, mas se sair use máscara.” O compromisso com a vida, com o outro, atualmente começa com um gesto simples, o uso de máscara cobrindo o nariz e a boca. Esse gesto, além de ser uma recomendação dos especialistas da área da saúde é um ato de empatia. E você tem usado sua máscara de modo correto? Quais modelos você utiliza? São tantas profissionais e caseiras, não importa. O importante é não ficar sem o uso da máscara.

O fato de se cuidar demonstra que está cuidando do outro, lembra a frase: “Faça aos outros, o que gostaria que fizessem a você”. Essa máxima nunca foi tão verdadeira quanto a atual conjuntura mundial. Somos todos conectados, afirma a Física Quântica. Nesse sentido, o uso da máscara passou a ser um acessório indispensável para todos independente da classe social, sexo, cor, etnia, idioma. Não basta apenas lavar as mãos, deixar os calçados num canto da casa ou evitar aglomerações, o ar que respiramos não é mais o mesmo...

Analisando esse momento de pandemia gerado pelo Covid 19, em que todo cidadão precisa usar máscara, refletindo podemos aprender algumas coisas. Em tempos de máscaras, chama a atenção o olhar de cada um. Há décadas, as pessoas não se olhavam mais por causa da televisão ou do computador e, recentemente, do celular. Agora, olhar para o outro é um desafio constante, pois os olhos revelam a alma que está dentro de você. E dependendo do seu olhar, de sua empatia, entenderá o outro, devendo colocar-se no lugar dele. Quantos que estão precisando de sua ajuda neste momento de crise, por causa de desemprego, ou por causa de desafetos ou mesmo porque estão doentes, sozinhos. Dar as mãos ou abraçar, devemos evitar; mas, ouvir é de graça! A máscara sinaliza não falar, mas olhar, ouvir e agir; ter compromisso com a vida.

Ficar em casa significa ouvir-se também. Quantos apelos dentro de si que têm lhe transtornado? Ouvir os filhos, a esposa ou o esposo, os pais, os avós. Imagino o quanto de apelos os agentes de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos da área de saúde) ouvem todos os dias e a todo instante quando chega mais um enfermo nos hospitais. Há muitos desesperados, desolados. E os cientistas, então? Estão a ouvir o apelo mundial pela vacina ou por uma medicação eficaz. E quantos estão a orar pedindo a Deus que os ouça?

Muitas famílias, neste tempo de pandemia, têm reencontrado com seus afetos antes dispersados. No entanto, outras estão amarguradas pelos desafetos, buscando quem as ouça, quem as socorra. Infelizmente, há muitas “máscaras” invisíveis que não demonstram quem a pessoa é. Geralmente, os que não querem ouvir, automaticamente puxam a máscara protetora para debaixo do pescoço ou, então, nem a usam por descaso.

Mas, quem tem o olhar de empatia e o ouvir solidário busca agir de modo fraterno e justo. A ação passa a ser coerente com a situação. A realidade social clama por pessoas que saibam ver o outro e ouvir os apelos dos mais fracos, dos mais vulneráveis, dos mais isolados, dos mais empobrecidos, porque são os que menos são ouvidos por aqueles que deveriam ouvir e agir através de decisões sensatas.

Além de ouvir os infectados pelo Covid 19, não deixemos de ouvir e agir em prol da vida de negros e mulheres sufocados pela desigualdade, pelo preconceito e pela discriminação. No momento, ainda são os apelos mais expressivos que existem e resistem.

Máscaras em tempo de pandemia significa olhar, ouvir e agir preservando a sua vida e a vida do outro, colocando em prática seus conhecimentos e, também, suas virtudes, como a bondade e a solidariedade, buscando uma ação justa.

Neste tempo de pandemia, ouçamos o apelo do bom senso, ouça os que ainda não têm quem os ouça. Faça valer cada minuto que existe para dar sentido a uma vida sem “máscaras” sociais, que só tem causado decepções e corrupção humana. Que as máscaras visíveis desmascarem as “máscaras” invisíveis que têm torturado tanto a população com as mazelas das injustiças. Cuide-se sem esquecer do seu semelhante.

De volta ao Filosofia em ação. Pensar bem para bem viver

         Axé! Karen! Olá! Desejo a todas e a todos e todes muita saúde.      Infelizmente, durante a pandemia muita/os companheira/os brasil...