“#Fiqueemcasa,
mas se sair use máscara.” O compromisso com a vida, com o outro, atualmente
começa com um gesto simples, o uso de máscara cobrindo o nariz e a boca. Esse
gesto, além de ser uma recomendação dos especialistas da área da saúde é um ato
de empatia. E você tem usado sua máscara de modo correto? Quais modelos você
utiliza? São tantas profissionais e caseiras, não importa. O importante é não
ficar sem o uso da máscara.
O
fato de se cuidar demonstra que está cuidando do outro, lembra a frase: “Faça
aos outros, o que gostaria que fizessem a você”. Essa máxima nunca foi tão
verdadeira quanto a atual conjuntura mundial. Somos todos conectados, afirma a
Física Quântica. Nesse sentido, o uso da máscara passou a ser um acessório
indispensável para todos independente da classe social, sexo, cor, etnia,
idioma. Não basta apenas lavar as mãos, deixar os calçados num canto da casa ou
evitar aglomerações, o ar que respiramos não é mais o mesmo...
Analisando
esse momento de pandemia gerado pelo Covid 19, em que todo cidadão precisa usar
máscara, refletindo podemos aprender algumas coisas. Em tempos de máscaras,
chama a atenção o olhar de cada um. Há décadas, as pessoas não se olhavam mais
por causa da televisão ou do computador e, recentemente, do celular. Agora,
olhar para o outro é um desafio constante, pois os olhos revelam a alma que
está dentro de você. E dependendo do seu olhar, de sua empatia, entenderá o
outro, devendo colocar-se no lugar dele. Quantos que estão precisando de sua
ajuda neste momento de crise, por causa de desemprego, ou por causa de
desafetos ou mesmo porque estão doentes, sozinhos. Dar as mãos ou abraçar,
devemos evitar; mas, ouvir é de graça! A máscara sinaliza não falar, mas olhar,
ouvir e agir; ter compromisso com a vida.
Ficar
em casa significa ouvir-se também. Quantos apelos dentro de si que têm lhe
transtornado? Ouvir os filhos, a esposa ou o esposo, os pais, os avós. Imagino
o quanto de apelos os agentes de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos da área
de saúde) ouvem todos os dias e a todo instante quando chega mais um enfermo
nos hospitais. Há muitos desesperados, desolados. E os cientistas, então? Estão
a ouvir o apelo mundial pela vacina ou por uma medicação eficaz. E quantos
estão a orar pedindo a Deus que os ouça?
Muitas
famílias, neste tempo de pandemia, têm reencontrado com seus afetos antes
dispersados. No entanto, outras estão amarguradas pelos desafetos, buscando
quem as ouça, quem as socorra. Infelizmente, há muitas “máscaras” invisíveis
que não demonstram quem a pessoa é. Geralmente, os que não querem ouvir,
automaticamente puxam a máscara protetora para debaixo do pescoço ou, então,
nem a usam por descaso.
Mas,
quem tem o olhar de empatia e o ouvir solidário busca agir de modo fraterno e
justo. A ação passa a ser coerente com a situação. A realidade social clama por
pessoas que saibam ver o outro e ouvir os apelos dos mais fracos, dos mais
vulneráveis, dos mais isolados, dos mais empobrecidos, porque são os que menos
são ouvidos por aqueles que deveriam ouvir e agir através de decisões sensatas.
Além
de ouvir os infectados pelo Covid 19, não deixemos de ouvir e agir em prol da
vida de negros e mulheres sufocados pela desigualdade, pelo preconceito e pela
discriminação. No momento, ainda são os apelos mais expressivos que existem e
resistem.
Máscaras
em tempo de pandemia significa olhar, ouvir e agir preservando a sua vida e a
vida do outro, colocando em prática seus conhecimentos e, também, suas
virtudes, como a bondade e a solidariedade, buscando uma ação justa.
Neste
tempo de pandemia, ouçamos o apelo do bom senso, ouça os que ainda não têm quem
os ouça. Faça valer cada minuto que existe para dar sentido a uma vida sem
“máscaras” sociais, que só tem causado decepções e corrupção humana. Que as
máscaras visíveis desmascarem as “máscaras” invisíveis que têm torturado tanto
a população com as mazelas das injustiças. Cuide-se sem esquecer do seu semelhante.