Refletindo sobre a Cultura afro



Escultura de nome Tronco familiar

"Todo ser humano é fruto de várias culturas. E quanto mais mistura bem relacionada, mais humanos nos tornamos." (Manuel de Araújo Abreu, SVD)

     A frase dita pelo missionário acima sintetiza a escultura ao lado "Tronco familiar" criada por um artesão de Moçambique, em África, demonstrando que todo ser humano é da mesma espécie, de um tronco só, dentre a pluralidade cultural.

       Neste sentido, para o encerramento do ano letivo, os estudantes do ensino médio de algumas escolas estaduais da Diretoria de Jales, no noroeste paulista, a saber: Dr. Euphly Jalles (Jales), Orestes Ferreira de Toledo (Palmeira d´Oeste) e Oscar Antônio da Costa (S. Francisco), tiveram um desafio: associar o Dia mundial da Filosofia (17 de novembro), com o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) e mais os temas relacionados a situação de aprendizagem desenvolvido em sala de aula em diversas linguagens.

     Lembrando o que disse Antônio Gramsci "Todos os homens são filósofos", ou seja, da linguagem do senso comum podemos filosofar sobre os problemas reais, os grupos apresentaram os trabalhos em linguagem não-filosófica. Assim, as competências adquiridas ao longo do ano transformaram-se em obras de arte, onde cada grupo demonstrou ser capaz de criar formas diferentes de discutir um mesmo problema.



Literatura infantil produzida por alunos



     O tema aprensentado pelas 1ªs séries foi: "Filosofia, cultura afro e direitos humanos". Na 2ª série, "Filosofia, cultura afro e tecnologia" e as 3ªs séries: "Filosofia, cultura afro e felicidade".



    Todos os grupos estão de parabéns, pois elaboraram: Histórias em quadrinhos, Literatura infantil, pintura, dança, teatro, música, escultura, jornal e documentários em slides de forma bem criativa e significativa, mostrando, assim, que todos, em particular, os negros, têm valor.

 



Cultura afro e direitos humanos
em história em quadrinho



Pintura em tela retratando cultura afrobrasileira,
pelos alunos do 3C da
EE. Orestes F. de Toledo



Apresentação dos slides
As igualdades na diferenças
pelas alunas do 1ºC da
EE Orestes F. de Toledo



Valorizando nossas verdadeiras raízes

   Um dos grupos de alunos da terceira série (3º 1) da EE. Dr. Euphly Jalles conseguiu compor uma música cujo tema foi Filosofia, cultura-afro e felicidade, relacionando a situação de aprendizagem: Filosofia e literatura, associando o conhecimento filosófico em linguagem poética.
   O título "Valorizando nossas verdadeiras raízes" condiz com o texto apresentado. Parabéns ao grupo que merece ser destacado.

"Tirados de sua terra / à força, escravizados / vieram pro Brasil / e foram menosprezados.
Como dizia Hegel / 'africano não tem história, nem alma, nem cultura' / Liberdade foi jogada fora.
Errado estava / por julgá-los assim / todo mundo é ser humano e merece ser feliz.
Felicidade / difícil de alcançar / mas sem perder a fé / por igualdade eles foram lutar.
Como a estrela cadente, o sonho se fez presente / no compasso do batuque de um tamborim valente
Liberdades alcançaram e agora estão aí / dessa vez a luta é outra: o preconceito que tem que cair.

Nos dias de hoje o que se busca é alegria / Aristóteles já dizia: 'felicidade é filosofia'.
Como alcançar? Devemos buscar. / Com força de vontade não será difícil de encontrar
Virtude é o que nos sobra, só nos resta usá-la /Com caráter e inteligência, é Platão quem nos fala
E com razão, ele cumpriu sua missão / ensinando cada um a ser um bom cidadão.
Tem gente que se diz que no mundo é infeliz /
mas que adiante reclamar se não faz nada pra mudar?
Porque pra ser feliz o ser humano necessita /
perceber que a vida é curta e o bem maior é o que se pratica.

Maracatu e Jongo, capoeira e cavalhada / são ritmos alegres que nos dão uma 'chacoalhada'
Pra perceber, que a Àfrica é rica / em cultura, história e alma, que nunca serão extintas
Assim como Vinícius, Caetano e Jorge Amado / devemos conhecer e tomar como aprendizado


Alunos da EE. Dr. Euphly Jalles: Laís, Jonathan e Tiago - 3º 1



Essa fortuna que faz parte da nossa história / e está presente sempre em nossa memória

E por aqui ficamos, deixando nossa mensagem
'Felicidade não é recompensa, e sim consequência'."

Dia Mundial de Filosofia II

     Neste Dia Mundial da Filosofia é mais uma data para refletirmos como vai a humanidade.

Como devo agir? O que devo fazer diante de situações embaraçosas para o indivíduo?



Abertura do IV Congresso Nacional de Filosofia
e Educação, em Ipanema-Rio, julho/2011.



     Pensando nisso, este ano foi realizado, também, o IV Congresso Nacional de Filosofia e Educação nos dias 15 e 16 de julho, em Ipanema, no Rio de Janeiro que apresentou reflexões sobre o jeito de filosofar.

     "Diálogos filosóficos" foi o tema central do Congresso que proporcionou tratar da interdisciplinaridade das várias áreas do saber: Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências Naturais, por meio de comunicações, conferências e oficinas.

     "O ver com o corpo e com a alma" foi um dos temas das oficinas que teve o objetivo de sensibilizar o nosso diálogo com o mundo que nos rodeia, com o nosso semelhante, demonstrando o quanto de paciência devemos ter conosco mesmo numa sociedade consumista, líquida... é necessário parar e pensar.



Conferencista Prof. Dr. Miguel Angel

     Filosofiar é refletir. Refletir é o movimento de voltar aquilo que foi pensado para pensarmos melhor. Por isso, pensemos sempre antes de agir para que nosso agir, nossa conduta nos melhore. Melhorando-nos mudemos o nosso interior e o mundo ao redor. "O mestre não deve nos levar a uma repetição, mas a um "maion", a uma criação inovadora", conforme citação de Nitzsche.

Dia Mundial da Filosofia

     O Dia Mundial da Filosofia, proclamada pela UNESCO, terá, nos dias 17 e 18 de novembro de 2011, lugar na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, Lisboa, em Portugal.



Logotipo do projeto
Filsofia em ação: pensar bem para bem viver

 

     Nesses dois dias, todos os interessados poderão participar do Colóquio Internacional denominado F3Ss - Filosofia: sentidos, sensações e sentimentos.

  



    O Colóquio conta com a participação de ilustres conferencistas, nacionais e internacionais, em que apresentarão análise filosófica, investigação e estudos sobre as principais questões contemporâneas de modo a responder mais eficazmente aos desafios com que a comunidade humana atual enfrenta e, pensar a universalização do ensino da Filosofia para as futuras gerações.



    



Da república ideal para a república brasileira

     Dia 15 de novembro comemora-se o dia de Proclamação da República no Brasil. Mas, o que é república mesmo? Segundo o dicionário Aurélio: "Forma de governo em que um ou vários indivíduos eleitos pelo povo exercem o poder supremo por tempo determinado".

     Se voltarmos a origem de nossa cultura ocidental lembraremos do filósofo grego, Platão (V a.C) que em busca de um Estado ideal escreveu seu livro A República, onde estabelece como fundamental para os  cidadãos governadores a educação da virtude justiça, acompanhada da prudência, da honestidade, da coragem, da temperança e tantas outras.

    Embora, a desigualdade de classes era um dos critérios concebidos pelo filósofo ateniense, com o passar dos séculos, Montesquieu, também influenciará na ideia de republica, preferindo pensar a vida política inspirado na ciência moderna, em que não mais a classe dos magistrados deveria ter o poder de tomar decisões, mas a classe emergente da revolução industrial, estabelecendo como critério três poderes, ao escrever O Espirito das leis. Assim, o poder soberano, baseada na liberdade e na igualdade estaria dividido entre todos. Para isso, também afirma ser a virtude fundamental para a democracia moderna, pois ela elimina a corrupção que nasce das atitudes egoístas do ser humano.

     Rousseau, então, irá sistematizar em Do Contrato Social a função dos três poderes de uma forma clara e precisa, o que acarreterá em princípios importantes para a consolidação da república francesa. Esta, então, depois de um centenário, influenciará uma ala de políticos brasileiros, que ainda no império de D. Pedro II, nasce a ideia de uma nação para "todos".

     De fato, com a derrubada do trono imperial, o movimento tenentista proclama em 15 de novembro de 1889 a República Federativa do Brasil, com o regime presidencialista, confirmado no plebiscito de 1993 após a redemocratização em 1988.

     Embora o país tenha se tornado uma república, ainda hoje impera no imaginário coletivo do povo brasileiro a monarquia quando constatamos os termos "o rei Pelé", "o rei Roberto Carlos", "rainha dos baixinhos", "Jesus é o nosso rei"... Na verdade, o povo brasileiro não foi preparado para a República, pois esta foi imposta, segundo os próprios historiadores registraram em livros. Aprendemos o que é república, pátria, cidadania na escola. Contudo, os pais (que já passaram por esta fase) devem, desde cedo, ensinar, também aos pequenos (e dar o exemplo) que tudo que é público deve ser respeitado, pois todos podem usufruir das coisas que todos pagam com os impostos e que fica, também, para as próximas gerações.

     Com a teoria de democracia justa de John Rawls (1921-2002), filósofo americano, a justiça social passou a ser a chave para o cumprimento de uma cidadania plena, em que todos de fato têm direitos e oportunidades garantidos pela Constituição Federal. Assim, sejamos brasileiros conscientes de nossos deveres para a construção uma nação justa, solidária e de paz.

Roma Antiga, Roma das artes e da fé

     Em visita à Roma, o cidadão contemporâneo constata a fusão helênica e os pilares greco-romana de nossa cultura ocidental, bem como a presença judaico-cristã.

   

Estátua cézar Adriano



Vaticano em audiência papal

  A influência dos clássicos gregos e romanos são visíveis na arte presente na arquitetura dos palácios, prédios, casas e, principalmente, igrejas. Impérios que deixaram suas marcas históricas, registradas a olho nu ao visitante que admirado relembra as aulas sobre       os      antepassados.

    

     Ao entrar em cada um dos museus, o olhar do indivíduo fica estarrecido com tanta sensibilidade expressa em telas, mármo-

res, madeira... Não se sabe onde olhar primeiro, se para frente, se para o teto ou para o chão. Tudo respira arte, manifestação do divino e da história.

                                                                                                 

 Museu do Vaticano

    / outubro 2011

Coliseu - Roma

Porém, por detrás de tanta grandeza histórica, civil e religiosa, podemos refletir sobre os seres humanos que tiveram suas vidas massacradas, torturadas e subtraídas do mesmo espaço cultural devido a truculência imperial, hoje submersas nas escavações ou catacumbas por causa da hegemonia da fé tanto pagã quanto cristã, como se sabe no Coliseu e nas Catacumbas.

Que toda crise européia hoje, seja sinal de novos rumos para a humanidade solidária e justa.