domingo, 13 de março de 2022

Mulher brasileira em primeiro lugar

 

Mulher brasileira em primeiro lugar

 

Filósofas no Encontro da ANPOF na UFES, 2018.

          Refletindo o dia internacional da mulher podemos perceber que a música sempre exaltou a mulher em prosas e versos, como a música de Benito Di Paula, lembra: “Agora chegou a vez, vou cantar/ Mulher brasileira em primeiro lugar/ Diz rapaziada/ Agora chegou a vez, vou cantar/ Mulher brasileira em primeiro lugar [...] Norte a sul/ Do meu Brasil/ Caminha sambando/ Quem não viu/ Mulher de verdade/ Sim senhor/ Mulher brasileira é feita de amor.” ? Mas, como o Brasil é o quinto país do mundo em feminicídio?

A cada minuto temos notícias de violência doméstica, tanto física e psicológica quanto patrimonial em algum canto do país. Na maioria das vezes, não há aceitação do término de um relacionamento significando que o outro é visto como propriedade privada, rejeitando a ideia de liberdade das mulheres e suas conquistas. Trabalhar fora de casa, dirigir um carro ou uma empresa é, ainda, visto coisa para homem.

 

Infelizmente, ainda existem muitos homens com uma mentalidade machista, achando que mulher deve só servir ao homem, seja o pai ou o marido, cuidar das tarefas domésticas e das crianças. Durante a Copa do Mundo, na Rússia, um advogado foi advertido por mexer com jovens do local. Outro mal exemplo foi de um médico brasileiro, fazendo turismo no Egito fez comentários maldosos à uma comerciante. Recentemente,  um deputado estadual de São Paulo foi para a Ucrânia, com uma proposta humanitária, durante a Guerra, postou em suas redes um comentário que “as ucranianas são fáceis porque são pobres”, comparando a fila de refugiadas com fila de baladas no Brasil. A partir desses fatos, que se pode demonstrar como o machismo ainda está fortemente presente no sexo oposto.

 

A filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) que escreveu sobre a condição da mulher na sociedade no início do século XX, afirmou em sua obra O segundo sexo (1949) que “ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher”. Neste sentido, a questão do ser mulher não é uma questão biológica, é uma questão cultural ao longo da História de um povo. À medida que a mulher conquista seu espaço cresce seu reconhecimento. Vemos muitas mulheres batalhando no trabalho, criando os filhos, dedicando-se à família, arrumando tempo para estudar e dedicar-se à solidariedade. Temos cientistas de renome, exemplos de várias “guerreiras” no anonimato, seja elas negras, indígenas, brancas, estrangeiras, de vários credos religiosos.

 

A questão de gênero (masculino/feminino) é vivida por homens e mulheres independente da visão biológica, mas, sim, determinada época e lugar. O corpo é construído culturalmente. Assim sendo, o corpo da mulher, em nossa sociedade, foi “coisificado”, ou seja, passou a ser visto como uma mercadoria, uma “coisa”, basta observar as propagandas, daí muitos homens tratarem o sexo feminino como “objeto” ou uma “propriedade”.

 

Neste século XXI, muitas mulheres têm ocupado muitos espaços, mas, ainda, precisamos de mulheres ocupando os espaços políticos como as Câmaras Municipais e o Congresso Nacional, departamentos científico-acadêmico, além de empresas etc.

 

Procuremos educar as gerações com sabedoria e despertar para a importância de sermos tratadas como seres humanos e não como coisa mercadológica. Há muito trabalho a ser realizado na área da educação, tanto familiar quanto escolar. Aproveitemos a Campanha da Fraternidade, que reflete sobre não condenarmos a mulher atirando pedras, como faziam os fariseus, mas dando oportunidades, gerando vida.

 

Mulheres, uni-vos!

 

 

 

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