segunda-feira, 2 de novembro de 2020

A imortalidade da alma e nossos antepassados

 

Neste ano de 2020, com a pandemia, milhões de pessoas no mundo partiram por causa do Covid 19, uns, com idade avançada, outros ainda jovens, além dos que se foram por causa de outras doenças, ou por causa da violência na sociedade ou por motivos diversos. Não sabemos a hora que vamos. Mas, um dia acontece. Pode ser a qualquer momento. Muitos acreditam que somente na velhice se deve pensar no assunto. Porém, o tempo não nos pertence. E por isso, cada instante deve ser vivido com intensidade no bem, na prática da virtude.

  

 Dia dois de novembro. Dia de finados. Para os que acreditam em vida após a morte, costumam prestar homenagem aos seus antepassados. “Finados”, “falecidos”, “desencarnados”, “espírito”, “alma”, enfim, os entes queridos que se foram desta vida para outra tornam-se presentes em nossas memórias.

Todos geralmente têm algum parente, vizinho ou amigo próximo que já partiu. Mas em sua memória “cultuamos”, em nossos corações, lembranças vividas de momentos significativos e inesquecíveis.

 A morte é uma experiência que o ser humano vivencia desde que o mundo é mundo. Para uns pode significar liberdade, para outros, o fim. A verdade é que não acostumamos com a ideia, pois ainda somos muito apegados a vida material. Cada cultura tem seus costumes em homenagear os seus entes queridos. Para os cristãos, o dia de finados é uma data de prestar homenagem aos que nos antecederam nesta vida e oferecer orações fervorosas a suas almas com modos de representação religiosa diferentes como para o fenômeno acender vela, oferecer flores, cantar e celebrar. Certas culturas andinas levam comida para o túmulo de seu ente querido; algumas asiáticas cultuam uma planta próximo ao jazigo; outras fazem rituais de dança. Os antigos egípcios já tinham o costume de cultuar seus mortos em túmulos significando “casa da eternidade”. O que há em comum é que todas têm a crença de que existe vida após a morte e os espíritos necessitam de preces, seja de gratidão ou de perdão.

 Na Grécia Antiga, a morte já era um assunto filosófico. Pitágoras, Sócrates, Platão entre outros pensadores defendiam a imortalidade da alma, e por isso, a busca pela prática das virtudes é vista como única certeza que levaremos conosco para a vida futura após nossa despedida terrena. Alguns definem esse fenômeno como a separação de átomos do corpo, deixando a alma livre, conforme Epicuro (341 a..C – 271 a. C). Cícero (I a. C) e Sêneca (65 d. C), influenciados pelos seus antecessores tratam da passagem da velhice e da brevidade da vida reafirmando a importância de uma conduta ética. Arthur Schopenhauer, (1768-1860) resgatará o assunto ao escrever em sua obra Da morte que o ser humano é o único dentre os animais ter consciência de sua finitude terrena.

Independente da simbologia que utilizarmos para homenagear os nossos antepassados, o Cristianismo nos deu a certeza que a morte não existe, pois Cristo venceu a morte. E ainda disse que “na casa do meu Pai há muitas moradas”. Então, confiemos que um dia todos nós nos encontraremos na eternidade.

Para os que aqui estão neste "vale de lágrimas" tenhamos coragem para continuarmos a vida sempre na esperança, na fé e na prática do bem a caminho da liberdade e da verdade.

Um texto de Henry Scott Holland citado por Santo Agostinho diz:

 “A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo. Me deem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram. Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador. Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos. A vida significa tudo o que ela sempre significou. O fio não foi cortado. Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho. Você que aí ficou, siga em frente! A vida continua, linda e bela como sempre foi.”

 Celebremos a vida! Sejamos gratos a nossos antepassados e ofereçamos aos entes queridos nossas melhores intenções.

2 comentários:

Unknown disse...

Para mim, a importância da vida é cuidar e valorizar a família, estudar e contribuir de alguma forma para termos uma mundo melhor, praticando boas ações.
Bruno Barreto Guimarães da Silva 6º Ano Turma 61

laura disse...

A importância da vida: acho muito importante darmos valor a ela,vivendo o agora, buscando sempre dar o seu melhor trazendo algo como aprendizado, pois a vida é única e sem volta, por isso viva intensamente.

De volta ao Filosofia em ação. Pensar bem para bem viver

         Axé! Karen! Olá! Desejo a todas e a todos e todes muita saúde.      Infelizmente, durante a pandemia muita/os companheira/os brasil...