Esta comunicação foi apresentada no Café filosófico na EE. João Rodrigues Fernandes, no município de Auriflama-SP, em 17 de novembro, coordenado pelo Prof. Ricardo Pires da Costa com o projeto cujo tema foi "# Qual a cor do seu preconceito?" para alunos da terceira série do ensino médio, durante o evento sobre a consciência étnico-racial, que, agora, compartilho com todos.
Café filosófico na EE João Rodrigues Fernandes em Auriflama-SP, 17/11/2016 com os profs. Alexandre, Ricardo, Terezinha e convidado. |
Introdução
Há algum tempo temos ouvido notícias que jogadores foram ofendidos durante partida de futebol por torcedores do time adversário; jovens adolescentes de periferia eram mal vistos por fazerem um "rolezinho" num shopping; jornalista de uma determinada emissora foi insultada por causa de sua cor, como aconteceu com a filha adotiva dos atores Bruno Gagliasso e Giovana Ewbank, bem como uma discussão na praia do Recreio, no Rio de Janeiro com uma turista, num país como o nosso que se dizia não ter racismo.
Mas, o que é racismo? De onde surgiu tal preconceito?
Racismo gera etnocentrismo que causa o xenofobismo, que por sua vez cria violência provocando um drama na convivência social.
A origem do racismo é incerta, mas na cultura ocidental, enquanto na Grécia defendia a cidadania só entre os proprietários nascidos em Atenas, os escravos e os estrangeiros eram considerados inferiores. Na Idade Média, não havia tanto uma relação racista, mas sim, xenofóbica. Com as conquistas territoriais dos portugueses na África, no século XV e, nas Américas, no século XVI, alguns ideologistas, principalmente no Renascimento, começaram a tentar explicar o porquê do domínio europeu sobre outros povos. Na Península Ibérica, Portugal não via os índios como pessoas, questionavam até, se tinham alma; porém, eram brandos em seus costumes, chegando a casarem com as índias no intuito de embranquecer o povo brasileiro. No entanto, se compararmos com os espanhóis, historicamente, o tratamento com os nativos pressupõe o surgimento às primeiras concepções racistas ou raízes da xenofobia.
Alguns autores como: Joseph Artur de Gobineau, Herbert Spencer, Francis Galton, Adolfo Hitler defenderam a não mistura de raça ou o extermínio dos "menos fortes", sem falar de Aristóteles que em sua obra A Política, considerava o escravo como um ser não-livre, sem razão.
Conceito de raça e etnia
Segundo Otávio Ianni, a racialização do mundo emerge e desenvolve 'no jogo das forças sociais, compreendendo implicações econômicas, políticas e culturais' (IANNI, 1996), tanto nas guerras mundiais, como na guerra fria, causando intolerâncias, preconceitos, etnicismos ou os racismos.
Após a UNESCO reunir cientistas e pensadores de vários países surgiram declarações das décadas de 1950 e 1960 sintetizando a preocupação com as tensões raciais (etnocêntrica, xenofóbica) em escala local, regional, nacional e internacional.
Lévi-Strauss criticou o determinismo biológico e combateu a ideia de raça como falsa, pois "raça" é um termo da Biologia que significa "grupos de indivíduos distintos no interior de uma espécie". Hoje, com o desenvolvimento da Genética sabe-se que 85% da população mundial compartilham da mesma diversidade genética. (Conf. BARBUJANI, 2007). "Raça" é construída socialmente no jogo das relações sociais. O que existe entre os grupos são "Etnias", que é o conceito científico habitualmente utilizado para distinguir os indivíduos ou as coletividades por suas características fenotípicas." (IANNI, 1996).
Portanto, "raça é uma categoria de pessoas cujas marcas físicas consideradas socialmente são significativas. Um grupo étnico é composto de pessoas cujas marcas culturais percebidas são consideradas significativas socialmente"... (língua, costumes, religião, ancestralidade). (BRYM, R; LIE, J. 2008).
Michel Foucault trata o assunto com relação ao biopoder. (Essa parte foi desenvolvida pelo Prof. Alexandre, da EE. Dom Arthur, de Jales).
Sobre o racismo no Brasil ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário